quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Elegia ao Relojoeiro



(a meu pai)

Pontuou alfas
em contrapontos
do ômega...

e das mãos
se condestinaram
interstícios...
sinais da memória
(interlúdios de alguém)

Tormentos e
legendas
tocaram
salvara a expectativa
ressalvara talvez
um sonhador.

Não vingava o intento,
artíficie da hora e
do momento.
Milionésimo, centésimo ou segundo
préstimos de algum anseio,
cantara em fornituras:
a solitude
e coligia o ponto
de um próximo amanhã,
compasso do ontem a circular
o átimo de ânsias e pendores
filigranas de minuto a minuto
arrematara o segundo.

Os cilindros enxergavam,
o labor
aprisionava...
mas o tempo lhe foi súdito,
ao menos na tua mesa.

Espiral de arcanos que se anseiam
destros olhos em miríades
n'algum presto acontecimento
esteve assim a perfilhar
legendas do que se espera,
por isso,
o chamaram de relojoeiro.


Tullio S.Sartini

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